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Checkmate

Salvador, Bahia 03/10



Dias vão e vem, mas finalmente consegui uma abertura e joguei meu charme para Felipe Barigchun. Não foi nada fácil, pois além da Soll não tirar os olhos do seu boy a faculdade inteira também sonhava em ficar com ele. Mas, naquela mesma tarde ele virou para mim e perguntou:


- Que dia é hoje? - Por pura coincidência era dia 3 de outubro, uma das quartas feiras em que as poderosas tiravam para usar rosa e chamar atenção de toda a faculdade.


O que ninguém esperava era que, por mais que tenhamos passados curtos 30 minutos conversando, parecia que éramos amigos de longa data. Quando estava perto de conseguir chegar nas informações que iriam acabar com o mal das patricinhas pela raiz, ele recebeu uma ligação inusitada da sua professora Michelle, chamando para comer um tal chocolate em algum canto da cidade. Ele se despediu de mim e já foi se desculpando...


- É que a turma já tinha marcado esse encontro, desculpa de verdade, mas toma meu número e amanhã a gente pode se encontrar nesse mesmo horário por aqui.


Eu toda feliz só peguei o número e concordei, deveria estar triste por não conseguir uma fofoca fresquinha? Ahá! Mas agora que vem o plot twist. Eu, que não durmo no ponto, notei quando começaram chegar as várias mensagens no celular dele durante nossa conversa. Estiquei as vistas para dar uma olhada e, para minha sorte, consegui ler uma que dizia exatamente assim: “Me encontre urgente depois que sair do shopping, a casa caiu”, eu não sei dizer se era a Clara ou a Vanessa, mas pela forma séria de escrever tenho certeza que não era a Soll. Liguei correndo pra Naca e, como um foguete, fomos direto pro shopping entender que babado era esse, para quê essa emergência toda?


Ainda bem que nem chegamos a gastar o dinheiro da passagem, o destino sorriu para nós. Agradecemos tanto por não ter que ter pego o busão no horário de pico. Quando estávamos no ponto de ônibus prontas para embarcar, outra bomba caia sobre as nossas mãos, uma mensagem da Clara Wieners. A dita cuja tinha misturado as conversas, recebemos a informação de bandeja, ficamos boquiabertas, simplesmente não reagimos! Era bem assim: “O nosso Burn Book sumiu”. Não durou um segundo e… BUM… Mensagem apagada.


Me lembro que durante algumas das poucas visitas que fiz até a casa das “Poderosas”, elas chegaram a mencionar esse Burn Book, inclusive, recordo uma das falas: “Nosso livrinho dos segredos mais cabulosos da UFBA”, e que segundo elas ninguém estava ileso de estar presente naquele livro. Até pedi para dar uma conferida, mas meu pedido foi negado. Me disseram que eu ainda não era próxima o suficiente para ter acesso aquela sequência de informações que estavam contidas ali.


Após relatar isso para a Naca, percebi uma mudança brusca em sua face, ela falou super empolgada que tinha algo para me contar. Me mandou fechar os olhos e só abrir quando ela ordenasse, “1,2,3, e pode abrir”, disse. Quando olho para frente levei um susto, ela estava com o famoso “Burn Book” em mãos. No primeiro instante não acreditei, pedi para ela me beliscar e quando a ficha finalmente começou a cair perguntei:


-Amiga, como você conseguiu ter acesso a este livro? Ele vive guardado a sete chaves, ninguém pode tocar nele.



Logo, começou a me falar que durante esse tempo que eu seguia na luta para ter mais proximidade com o Barigchun, ela estava dando um jeito de se aproximar do Raimam. Também me disse que ele não aguentava mais passar pelas humilhações do grupinho, eles tiveram conversas muito profundas e no fim ela o convenceu de se juntar a nós para desmascarar as três de uma só vez. Assim, o picadeiro estava armado e, enfim, o show pôde começar.


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